Charles Aznavour: o mestre da chanson francesa

O ícone da música francesa morreu esta segunda-feira, aos 94 anos, na sua residência nos Alpilles, sul de França.
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Autor de “La Boheme”, “Parce Que Tu Crois” e “She”, Charles Aznavour – nascido Shahnour Vaghinagh Aznavourian – deixou-nos esta segunda-feira, aos 94 anos, após complicações devido a uma queda em que fraturou um braço.

Planeava atuar ainda este mês em Bruxelas e andava em digressão pelo Japão, mas foi forçado a regressar a França por conta do incidente. Já não recuperou. Morreu entre concertos. Continuou até ao fim da sua vida a subir ao palco e a mostrar a voz única e a pronúncia peculiar com que maravilhava gerações. Muitos títulos lhe atribuíram, como o “mestre da chanson francesa” ou o “embaixador da música de França”.

Aznavour nasceu a 22 de maio de 1924 em Paris, filho de emigrantes arménios que, desde cedo, com apenas nove anos, começou a lutar para realizar o sonho musical. Em 1950, começava a nascer profissionalmente um dos símbolos da canção francesa. Antes disso, já atuava nas ruas abraçado ao violino e a aquecer a voz com cantigas.

Com uma carreira de impressionante longevidade – 85 anos -, Charles Aznavour escreveu ou co-escreveu mais de 1000 canções, gravou 1200, cantou em seis línguas, lançou 91 álbuns de estúdio e vendeu mais de 180 milhões de discos. Atuou em mais de 90 países, entre os quais Portugal, onde cantou pela última vez num concerto a 10 de dezembro de 2016.

Antes disso, já tinha Portugal no coração por conta de Amália Rodrigues, que considerava a “diva das divas”. Chegou, inclusive, a dedicar-lhe a canção “Ay! Mourir Pour Toi”.

Era um liricista obsessivo e cuidado. Escrevia não só para ele, mas também para outros artistas, demonstrando toda a magia filosófica das letras no toque final da sua voz carregada de sentimento que arrepia a espinha de qualquer um. Além da música, era também ator, tendo participado em mais de 60 filmes, que lhe reservaram lugar no Passeio da Fama, em 2017.

 

No primeiro dia de outubro deixou-nos, mas o legado resiste em forma de 180 milhões de discos vendidos. Queremos recordá-lo com os nossos álbuns favoritos. Deslize pela nossa galeria e escolha os seus:

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